sábado, 17 de novembro de 2012

O GOVERNO DE DUTRA (1945-1950) E O GOVERNO DE VARGAS (1950 - 1955)


O GOVERNO DE DUTRA (1945-1950) E O GOVERNO DE VARGAS (1950 - 1955)

DUTRA
  • Com a renuncia de Vargas em 10/1945 o Brasil retoma a democracia e passa a ser governado pelo presidente do supremo.
  • Dutra é eleito pela aliança entre psd-ptb .
  •  O PSD assumiu 53% das cadeiras da assembléia e o PTB 8%.
  •   Em 07/1946 é promulgada  nova constituição que apresentava: 
  • o   Principio do federalismo;
  • o   Equilíbrio entre os poderes;
  • o   Eleições diretas para cargos dos poderes executivo e legislativo - federal, estadual e municipal;
  • o   Voto para alfabetizados e maiores de 18 anos sem distinção de sexo ou condição social;
  • o   Liberdade de pensamento e opinião;
  • o   Foi dado direito de greve mas os sindicatos se mantinham atrelados ao estado;
  • v  O mundo vivia a guerra fria - EUA x união soviética.
  • v  O Brasil aliou-se ao EUA (OEA).
  • v  O governo Dutra limitou a organização partidária e colou na ilegalidade o PCB. E em 1948 rompeu relações com a união soviética.
  • v  No inicio do mandato foi adotado uma política liberal - estimulo a importação - pensando em ampliar a concorrência e assim baratear os similares brasileiros.
  • v  A importação provocou redução das reservas acumuladas no período da guerra.
  • v  A partir de 1947 o governo limitou a entrada de produtos estrangeiros e estimulou a compra de maquinas para industria.
  • v  Foi colocado em pratica um programa de valorização da moeda e do café.
  • v  No final do governo Dutra a economia havia crescido 8%.
  • v  O PLANO SALTE - 1947 - objetivava estimular e melhorar o desenvolvimento do Brasil nos setores de saúde, alimentação, transporte e energia. Em 1951 foi abandonado por não atender aos objetivos propostos.
  • v  Mesmo com os avanços democráticos e o crescimento econômico as ações de Dutra não foi suficiente para vencer Vargas.
  • v  Para ampliar sua força em SP Vargas, aproximou de Adhemar de Barros - PSD. Adhemar tinha interesses em tornar-se presidente e aceitou apoiar Vargas para as eleições de 50 e em troca Vargas o apoiaria em 1955.
  • v  Nas eleições 1955 Vargas concorreu com Eduardo Gomes - UDN, Dutra, Cristiano machado - PSD, joao mangabeira - PSB.
  • v  Durante a campanha partidários do PSD passaram a apoiar Vargas.

VARGAS
  • v  As metas do governo de Vargas era reduzir a inflação e aumentar a industrialização.
  • v  O plano Lafer - estabelecia o controle da inflação, aumento de investimentos estrangeiros no Brasil, aprimoramento da rede transporte e dos portos; busca de recursos energéticos.
  • v  As medidas anti-infacionarias não surtiram efeito e a inflação continuava. Abre-se espaço  para a defesa da industria brasileira - nacionalismo.
  • v  Visando barrar a crise em 1952 o governo:
  • o    Limitou em 10%da remessa de lucros das empresas estrangeiras;
  • o   Fundou o BNDES - financiar e incentivar a industria;
  • o   Criou a Eletrobrás;
  • v  A partir de 1950 foi travado um debate sobre a política do petróleo - entrada de empresas estrangeiras e os nacionalistas.
  • v  Campanha o Petróleo é Nosso - que culminou com a criação da Petrobras por Vargas.
  • v  Havia no Brasil dos projetos de governo:
  • o   UDN - atacava as medidas de Vargas; defendia a aproximação com os grupos capitalistas - EUA.
  • o   Varguistas - acusava a oposição de pretender facilitar o ingresso de capitalistas e tecnologia estrangeira impedindo o crescimento autônomo do pais.
  • o   Vargas aumentou o salário e negociou movimentos grevistas tentando se reaproximar das massas.
  • o   Essas medidas provocou reações da UDN e setores conservadores.
  • o   O principal opositor de Vargas cera Carlos Lacerda - UDN e proprietário do Jornal Tribuna da Imprensa.
  • o   Em 5 de agosto de 1954, Lacerda sofre atentado em RJ e as investigações apontaram como mandante o chefe  da guarda presidencial.
  • o   Em 24/08/1954, Vargas suicidou deixando uma carta onde explicava os motivos de sua morte - acusava seus opositores.
  • o   Multidões lamentaram e seguiram o cortejo fúnebre.

 
  • CARTA TESTAMENTO DE VARGAS


TEXTO MANUSCRITO
CPDOC/FGV

“Deixo à sanha dos meus inimigos, o legado da minha morte. Levo o pesar de não ter podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia. A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratuitos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa.
Acrescente-se a fraqueza de amigos que não defenderam nas posições que ocupavam à felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês, à insensibilidade moral de sicários que entreguei à Justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do país contra a minha pessoa.
Se a simples renúncia ao posto a que fui levado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranqüilo no chão da pátria, de bom grado renunciaria.
Mas tal renúncia daria apenas ensejo para, com mais fúria, perseguirem-me e humilharem-me.
Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas.
Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao Senhor, não dos crimes que não cometi, mas de poderosos interesses que contrariei, ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes.
Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos.
Que o sangue dum inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus.
Agradeço aos que de perto ou de longe me trouxeram o conforto de sua amizade.
A resposta do povo virá mais tarde...”
TEXTO DATILOGRAFADO
CPDOC/FGV

“Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam; e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fi z-me chefe de uma revolução e venci.
Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo.
A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios.
Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobras, mal começa esta a funcionar a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o povo seja independente.
Assumi o governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo e renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser o meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos.
Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação.
Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com perdão. E aos que pensam que me derrotam respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo, de quem fui escravo, não mais será escravo de ninguém.
Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.
Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.”
  • Disponível em http://www2.uol.com.br/historiaviva/artigos/as_duas_cartas_de_getulio_vargas_imprimir.html. Acessado em 17/1/2012.



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